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Overexposed - Galeria do Pecado

 Nem todo clique é pra guardar. Alguns são só pra queimar.

Leia ouvindo : Take me to church - Hozier



Fuder com você no mesmo lugar sempre seria como tirar a mesma foto todos os dias, com o mesmo filtro, a mesma luz, o mesmo cenário.
Funciona. É bonito. Mas deixa de ser arte e vira costume.

E eu não quero o costume.
Quero a surpresa. O imprevisível. O instante antes do clique em que a gente nem sabe se vai dar certo, mas mesmo assim aperta o botão — ou tira a roupa.

Fuder em lugares diferentes com você é como testar cada luz de um estúdio bagunçado.
Na cama, é luz difusa. Doce. Familiar.
Na escada do prédio, é flash estourado — rápido, suado, urgente.
No carro, com o banco reclinado e os vidros embaçados, é como fotografar em movimento: tudo pode sair borrado, mas o sentimento fica.
No banheiro de um bar qualquer, é ISO alto e adrenalina — arriscado, ruidoso, mas impossível de esquecer.
Na praia, no escuro, com areia colando na pele e a respiração atravessada, é como tentar capturar o pôr do sol antes que ele fuja. É instinto. É coragem.

Fuder com você em todos os lugares é me permitir ser tua fotografia favorita em todas as versões.
É transformar cada canto do mundo num estúdio improvisado onde teu corpo é câmera, luz e foco.
E eu? Eu sou a imagem que só você consegue revelar.

Eu não quero um álbum organizado.
Quero uma galeria caótica. Cheia de nós dois.
Cheia de poses proibidas, risos abafados e olhares que queimam mais do que o sol de meio-dia.

Porque com você, até o pecado vira arte.