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Mostrando postagens com o rótulo Textos avulsos

Cartas a um amor que ainda não encontrei ou não me encontrou. - Ludovica Russo

Leia ouvindo : From the start - Laufey Dizem que a gente sabe quando é amor. Que o coração dispara, o tempo desacelera, e tudo ao redor ganha um novo brilho. Mas ninguém conta como é amar antes de encontrar. Como é viver com a falta de alguém que nunca chegou. Como é carregar um espaço vazio dentro do peito, feito sob medida pra um estranho que ainda não conhece seu nome mas que, de algum jeito, já mora em você. Talvez pareça loucura. Talvez seja mesmo. Mas eu sei o que eu sinto. E mesmo que o mundo duvide, eu acredito nesse cara. Nesse amor que ainda não me encontrou. E hoje… pela primeira vez, eu resolvi escrever pra ele. Minha terapeuta disse pra eu escrever sobre o homem dos meus sonhos. Tipo exercício de autoconhecimento. Eu ri. Quase fiz uma piada. Mas aqui estou, encarando uma folha em branco e ouvindo Ordinary , do Alex Warren, como se isso fosse me salvar da avalanche que começa no peito. Eu nunca conheci esse cara. Mas ele vive em mim, de um jeito meio invisível, como ch...

Caos e poesia

 Foi numa sexta-feira que eu renasci. Descobri que a vida não tinha acabado  que aos 24 anos eu ainda era um rascunho aberto, livre para errar, recomeçar, dar certo. Que o mundo lá fora ainda guardava pores do sol que eu nem imaginava, e amanheceres inteiros esperando para me ver chegar despenteada, com o coração na mão e os olhos brilhando. Foi numa sexta-feira que eu entendi que a vida é boa, mesmo quando dói, mesmo quando parece não fazer sentido. Que eu mereço rir até a barriga arder, até faltar o ar, até não sobrar espaço para a tristeza. Descobri que não há nada de errado em ser um pouco louca, em sentir tudo como se cada emoção fosse a última. A intensidade sempre foi a parte mais bonita de mim é ela que costura minha história, que pinta cada capítulo com cores vivas. Sem ela, quem eu seria? Foi numa sexta-feira, um dia depois de duvidar se tudo isso valia a pena, que eu percebi: ser assim me trouxe até aqui. E que sorte a minha. Porque aqui é exatamente onde eu deveria...

Ela, Horizonte de Contradições

Leia ouvindo : Soft Core - The Neighbourhood Ela era barulhenta. E não do jeito incômodo  do tipo que te faz sorrir no meio do silêncio. Era como uma música alta estourando no rádio quando você não espera. Como um trovão no céu claro, que chega sem pedir licença. Ela tinha aquele tipo raro de presença que deixava marcas: risadas que vinham no meio de conversas sérias, o gosto gelado do café em dias escaldantes, uma chuva que caía mesmo com o sol brilhando. Inexplicável. Meio confusa. Totalmente irresistível. Você não a entendia de primeira. Nem de segunda. Ela era o tipo de pessoa que confundia, mas também fascinava. Um musical inteiro  e não desses moderninhos, mas um daqueles que fazem você rir, chorar e se perguntar se não deveria ligar pra sua terapeuta no fim. Ela misturava o caos de um show de rock com o aconchego de uma playlist de MPB. Podia fazer seu coração dançar com um samba ou quebrar com um sertanejo. Uma dualidade ambulante. E, ainda assim, nada nela parecia ...

Arquivo Pessoal: Confissões de Alguém Que Está Tentando se Descobrir (E Talvez Fugir um Pouco Também)

Leia ouvindo : Liability - Lorde Talvez essa seja a coisa mais estranha que já fiz. Escrever sobre mim. Não porque eu ache minha vida interessante (spoiler: não é), mas porque, pela primeira vez, alguém me perguntou: "O que você gosta?" E eu… travei. Simples assim. Fiquei olhando pra pessoa como se ela tivesse me pedido pra resolver uma equação de física quântica bêbada. Foi aí que percebi: eu não fazia ideia. Tudo que eu achava que gostava era reflexo de alguém. As músicas, os filmes, até os lugares. E no fundo, eu tava cansada de ser só isso  o que sobrou depois de tentar agradar o mundo inteiro. Então eu escrevi. Não pra impressionar ninguém. Não pra te fazer entender. Escrevi pra mim. Pra lembrar de quem sou quando ninguém tá olhando. Porque, às vezes, a gente precisa se apaixonar por si mesma… só pra conseguir partir. Uma vez você me disse: "Eu preciso saber das coisas que você gosta." E eu ri. Aquele tipo de riso que não tem graça nenhuma, só ecoa. Seco. Va...