Leia ouvindo : State Lines Ludovica, Essa é a quinta carta que te escrevo. Quinta tentativa de te alcançar com as palavras que, durante tanto tempo, ficaram presas entre os dentes, engasgadas na garganta, silenciosas dentro de mim. E antes de qualquer coisa antes de qualquer confissão, justificativa ou lembrança — eu queria saber como você está. De verdade. Espero que as coisas tenham se acalmado aí dentro... Dentro do peito, da cabeça, das noites insones. Espero que o turbilhão tenha dado espaço pra alguma paz, ainda que tímida, como quem chega devagar depois de uma tempestade longa demais. Agora que você sabe que me apaixonei por você no instante em que meus olhos te encontraram e isso não é exagero, é memória cravada eu posso dizer o resto. Porque o amor mesmo, o amor inteiro, aconteceu depois... Quando você passou a ser parte da minha rotina, da minha desordem, do meu silêncio. Te amei mais nas pequenas coisas: na forma como você dobrava as mangas da blusa, ...
Um espaço onde o caos do coração é traduzido em palavras tortas e sensíveis, como quem escreve para se entender, mesmo que nunca se entenda por completo. Devaneios são fugas, mas também sua verdade, e seus desvarios, a forma mais crua de ser. Aqui, cada frase pulsa como um eco de suas incertezas, onde as lágrimas se transformam em riso e o amor se esconde na dor. É um lugar onde quem se perde, se encontra, e onde quem já amou demais, se permite amar mais uma vez.