Leia ouvindo : Pudim - AMARINA Fingir que não se importa é mais exaustivo do que admitir que sente falta. Eu sei, porque eu tentei. Tentei do jeito que a gente tenta tudo que dói, mas parece certo. Fingir que o carnal era suficiente. Que me fazer de indiferente me protegeria de querer demais. Eu tentei acreditar que bastava um toque, um suspiro rápido, um "chega mais" na madrugada. Que bastava uma noite, uma conversa rasa, uma troca de olhares intensos pra preencher o buraco que crescia dentro de mim. Mas não bastava. Nunca bastou. Falam que leva vinte e um dias para criar um hábito, e eu queria acreditar nisso como quem se agarra numa tábua no meio de um mar revolto. Vinte e um dias e eu não sentiria mais falta de afeto. Vinte e um dias e o vazio no peito iria embora. Vinte e um dias e eu me transformaria naquela garota que não precisa de ninguém, que transa sem se apegar, que beija sem criar laços, que sai no meio da madrugada sem olhar pra trás. Mentira. O afeto ain...
Um espaço onde o caos do coração é traduzido em palavras tortas e sensíveis, como quem escreve para se entender, mesmo que nunca se entenda por completo. Devaneios são fugas, mas também sua verdade, e seus desvarios, a forma mais crua de ser. Aqui, cada frase pulsa como um eco de suas incertezas, onde as lágrimas se transformam em riso e o amor se esconde na dor. É um lugar onde quem se perde, se encontra, e onde quem já amou demais, se permite amar mais uma vez.