Tem dias em que eu sinto que minha cabeça é uma arena sangrenta. Duas versões de mim se encaram como gladiadoras, afiando as armas enquanto eu tento, em vão, pedir silêncio. Mas silêncio não existe aqui dentro. O que existe é guerra. É sangue. É a sensação de que, não importa quem vença, eu sempre perco um pedaço de mim no processo. E, ainda assim, eu deixo que elas lutem. Porque talvez, no fundo, eu precise da dor para lembrar que estou viva. Leia ouvindo : Bury a friend - Billie Eilish Existem duas versões de mim. Elas moram dentro da minha cabeça e nunca param de brigar. Uma é fria, racional, quase cruel. A outra... a outra é emoção pulsando, um coração que insiste em apanhar só pra provar que ainda bate. A racional prevê a queda antes mesmo de eu dar o primeiro passo. Ela sussurra como quem me mostra um mapa com todas as armadilhas marcadas em vermelho. "Você vai se machucar. De novo. É óbvio. Corre. Some. Fecha a porta antes que seja tarde. Você já sabe o final dessa h...
Um espaço onde o caos do coração é traduzido em palavras tortas e sensíveis, como quem escreve para se entender, mesmo que nunca se entenda por completo. Devaneios são fugas, mas também sua verdade, e seus desvarios, a forma mais crua de ser. Aqui, cada frase pulsa como um eco de suas incertezas, onde as lágrimas se transformam em riso e o amor se esconde na dor. É um lugar onde quem se perde, se encontra, e onde quem já amou demais, se permite amar mais uma vez.