Querida Vica, Eu te amei como um incêndio devasta uma floresta. Rápido, voraz, incontrolável. Um amor que queimou tudo em seu caminho, que se alimentou do próprio desejo até não restar mais nada além de cinzas. E agora, sou só fuligem do que fomos. Espalhada pelo vento, dissolvida no tempo, assombrando tudo o que toca—porque mesmo que o fogo tenha se apagado, ainda há vestígios dele em mim. Ainda ardo. Ainda sou ruína. Quero que você entenda. Quero que leia isso e saiba que não foi mentira. Nada foi encenação. Nenhuma palavra foi dita apenas para te manter aqui. Eu quis. Eu quis cada segundo, cada riso espontâneo, cada arrepio que sua pele causava na minha. Eu quis o calor dos seus dedos entrelaçados nos meus, a sensação absurda de sermos dois estranhos que, por alguma ironia do destino, se encaixaram perfeitamente—mesmo quando tudo dizia que nunca deveríamos ter nos encontrado. Você me deu um amor sem amarras, sem correntes—e isso me assustou. Porque eu sou feito de grades, de muros e...
Um espaço onde o caos do coração é traduzido em palavras tortas e sensíveis, como quem escreve para se entender, mesmo que nunca se entenda por completo. Devaneios são fugas, mas também sua verdade, e seus desvarios, a forma mais crua de ser. Aqui, cada frase pulsa como um eco de suas incertezas, onde as lágrimas se transformam em riso e o amor se esconde na dor. É um lugar onde quem se perde, se encontra, e onde quem já amou demais, se permite amar mais uma vez.